Dados do Trabalho

Título

ANÁLISE CONJUNTA DOS FATORES SOCIOECONÔMICOS E DE EXPOSIÇÃO À ÁGUA DO RIO NA PREVALÊNCIA DA ESQUISTOSSOMOSE EM UMA COMUNIDADE RURAL DO INTERIOR DA BAHIA

Introdução

A esquistossomose é um problema de saúde pública no mundo e compreender os fatores relacionados à sua prevalência e manutenção é crucial para o desenvolvimento de estratégias eficazes para sua eliminação.

Objetivo (s)

Avaliar a relação entre indicadores socioeconômicos juntamente com o grau de exposição dos indivíduos à água do rio, e sua influência na persistência da esquistossomose na comunidade.

Material e Métodos

Em 2010, um estudo transversal foi realizado em Conde-BA, envolvendo análise de amostras de fezes e questionários sobre exposição à água. Em 2018, uma coorte foi conduzida com indivíduos tratados com Praziquantel (PZQ), avaliados em quatro momentos: pré-tratamento (D0), controle de cura (D30), acompanhamento 180 (D180) e 360 (D360) dias após tratamento. A exposição ao rio foi considerada como possível fator associado.

Resultados e Conclusão

Em 2010, foram avaliados 270 indivíduos. Destes, 239 afirmaram ter contato com os corpos d’água locais, dos quais 46,44% (n=111) apresentaram ovos de Schistosoma mansoni nas fezes. enquanto no grupo dos não expostos, 22,58% (n=7) foram positivos, indicando que a maioria dos indivíduos positivos teve contato com a água (p=0.0124). Em 2018, foram avaliados 340 indivíduos. Destes, 189 (55,59%) foram positivos no D0, 7 (2,05%) no D30, 9 (2,64%) no D180 e 25 (7,35%) no D360. A carga parasitária (opg) foi maior nos indivíduos do sexo masculino (p= 0,0209). 316 afirmaram ter contato com os corpos d’água locais, dos quais 57,91% apresentaram ovos de S. mansoni nas fezes (p=0,0069). 257 foram tratados com PZQ, e foi observado que 82,87% (n=213) foram negativos. Além disso, foi avaliada a taxa de reinfecção, e observou-se que 7 (3,28%) se tornaram positivos no D180, e 4 (1,87%) permaneceram positivos durante todo o período avaliado (D360). Variáveis socioeconômicas (renda, escolaridade) e fatores de saneamento (tratamento da água, presença de banheiro) foram avaliados, porém não mostraram diferenças significativas. Dessa forma, há indícios de que a exposição à água pode estar relacionada à positividade para S. mansoni, com a taxa de infecção mais alta entre os indivíduos expostos. O tratamento com PZQ foi eficaz, no entanto, ainda foi observada uma taxa de reinfecção. Os resultados ressaltam a importância de medidas preventivas e controle contínuo para reduzir a transmissão e combater a reinfecção por S. mansoni.

Palavras-chave

Esquistossomose. Exposição. Socioeconômico.

Agradecimentos

FIOCRUZ IGM PIAP 001/2017;IGM-002-FIO-20-2-24;FIOCRUZ VPPCB-007-FIO-18-2-87; CNPq 433141/2018-2