Dados do Trabalho


Título

COMPETÊNCIA VETORIAL DE Aedes albopictus PARA O VÍRUS DA FEBRE AMARELA COMO FATOR DE RISCO PARA A REEMERGÊNCIA DA FEBRE AMARELA URBANA NO BRASIL

Introdução

O risco de emergência e reemergência de zoonoses é alto em regiões que sofrem ações antrópicas, pois contribuem para o risco de transmissão de doenças vetoriais. A febre amarela (FA) está entre as principais arboviroses patogênicas do mundo, e o Culicidae Aedes albopictus tem sido proposto como um potencial vetor para o vírus da febre amarela (VFA). Esse mosquito habita ambientes urbanos e silvestres e, em condições experimentais, tem se mostrado suscetível à infecção pelo VFA.

Objetivo (s)

Avaliar a competência vetorial do Aedes albopictus na transmissão do vírus da febre amarela como fator de risco para a reemergência da febre amarela urbana no Brasil.

Material e Métodos

Fêmeas de Ae. albopictus foram expostas para alimentação sanguínea em primatas não humanos (PNH) do gênero Callithrix infectados com VFA. Posteriormente, no 14º e 21º dias pós-infecção, as pernas, cabeças, tórax/abdômen e saliva dos artrópodes foram coletadas e analisadas por técnicas de isolamento viral (cultura celular, inoculação e imunofluorescência indireta) e análise molecular (quantificação do genoma de VFA nas amostras de mosquitos) para verificar a infecção, disseminação e transmissão. O estudo foi aprovado pela pela Comissão de Ética no Uso de Animais do IEC (CEUA/ IEC – protocolo nº 0030/2019) e pelo Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (SISBIO/ ICMBio - protocolo nº 61757-1).

Resultados e Conclusão

Os mosquitos Ae. albopictus foram infectados com VFA após se alimentarem em PNH do gênero Callithrix infectados experimentalmente com VFA. A presença do vírus foi detectada por isolamento viral em células C6/36, na saliva do mosquito, amostras de cabeça, tórax/abdômen e pernas, e, esses resultados foram confirmados por detecção molecular. A transmissão laboratorial do VFA por esses mosquitos, após o repasto sanguíneo em PNHs do gênero Callithrix previamente infectados, para PNH do mesmo gênero, bem como a infecção do Ae. albopictus por VFA, foi confirmada. Considerando-se a importância do Ae. albopictus para a saúde pública, os resultados aqui encontrados são relevantes para o melhor entendimento da transmissão da FA, para o planejamento e a implantação de ações de prevenção na dinâmica dos ciclos de transmissão da FA e de outras arboviroses. A suscetibilidade do Ae. Albopictus à VFA confere um risco potencial de reemergência da FA urbana no Brasil.

Palavras-chave

Infecção experimental; Aedes albopictus; febre amarela; reemergência; RT‒qPCR; isolamento viral.

Área

Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Doutorado

Autores

Rossela Damasceno-Caldeira, Carine Fortes Aragão, Daniel Damous Dias, Pedro Arthur Silva Araújo, Eliana Vieira Pinto Silva, Lívia Carício Martins, Paulo Henrique Gomes Castro, Maria Nazaré Oliveira Freitas, Pedro Fernando Costa Vasconcelos, Joaquim Pinto Nunes-Neto, Ana Cecília Ribeiro Cruz