Dados do Trabalho

Título

DETERMINANTES DE GRAVIDADE E ÓBITO EM PACIENTES COM IMUNOSSUPRESSÃO GRAVE E CRIPTOCOCOSE ATENDIDOS NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFMS ENTRE 2015 – 2017

Introdução

Criptococose, doença negligenciada causada pela inalação de fungos do complexo Cryptococcus neoformans, apresenta-se como a segunda causa de mortalidade entre as micoses sistêmicas com letalidade entre 45% a 65%. Sua principal forma clínica consiste na meningoencefalite criptocócica, destacadamente em pacientes com imunodepressão grave (linfócitos T CD4+ < 200 células/mm3), condição associada a hipertensão intracraniana e altos índices de mortalidade.

Objetivo (s)

Identificar fatores associados ao óbito causado por criptococose em PVHIV em estado de imunossupressão grave atendidos no HU da UFMS entre 2015-2017.

Material e Métodos

Estudo observacional do tipo transversal, investigou os fatores associados ao óbito de 11 pacientes por meio da análise de história clínica, evoluções médicas e exames complementares obtidos de prontuários do HUMAP/UFMS.

Resultados e Conclusão

A amostra populacional foi composta majoritariamente (90,9%) por homens com idade média de 40,8 anos e uma mulher de 57 anos. O perfil sociodemográfico era de indivíduos casados (40%), pardos (70%) e naturais do interior do estado de Mato Grosso do Sul (70%). De forma descritiva, pôde-se depreender que os fatores clínicos são associados ao óbito sob 3 perspectivas, sendo o primeiro, manifestação neurológica – cefaleia (100%), confusão mental, alterações visuais (45,4%) e convulsão (36,3%) –, e manifestação pulmonar e constitucional, febre (63,6%), dispneia ou tosse (27,2%). O segundo constitui a presença de coinfecções oportunistas e disfunções orgânicas, como pneumocistose (18,1%), leishmaniose visceral (18,1%), injúria renal aguda (36,3%) e choque séptico (45,4%). E a terceira, decorre do caráter de baixa adesão (27,2%) ao tratamento antirretroviral do HIV ou o seu abandono (27,2%), bem como o diagnóstico tardio da infecção HIV/AIDS (45,4%). Laboratorialmente, a contagem de LTCD4+ e a quantificação de carga viral (CV) de HIV possibilitaram indicar, por fim, que a linfocitopenia grave (média LTCD4+ 44,8 células/mm3) associada a elevada CV (média log 3,6) contribuem para o óbito. Conclusão: O desfecho mortalidade em pacientes com criptococose se mostrou associado à baixa adesão ao tratamento da doença infecciosa de base, ao acometimento central e pulmonar do Cryptococcus e à coexistência de múltiplas coinfecções e disfunções orgânicas.

Palavras-chave

Criptococcus sp.; prognóstico; letalidade; imunodeficiência; AIDS.

Agradecimentos

UFMS