Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE DOS CASOS CONFIRMADOS DE LEPTOSPIROSE COM A OCORRÊNCIA DOS DESASTRES NATURAIS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, NO ANO DE 2022.

Introdução

A leptospirose é uma zoonose cujo curso clínico pode variar desde casos assintomáticos até manifestações clínicas graves, que podem evoluir a óbito. É considerada endêmica no Brasil, entretanto em períodos chuvosos pode se converter em epidêmica, sobretudo nas capitais e regiões metropolitanas. O estado do Rio de Janeiro (ERJ) possui um clima tropical que favorece o aparecimento de chuvas fortes seguidas de inundações, principalmente durante o verão, que contribuem para o aumento da incidência de casos.

Objetivo (s)

Relacionar a distribuição espacial dos casos confirmados de leptospirose com a ocorrência dos desastres naturais, no estado do Rio de Janeiro no ano de 2022.

Material e Métodos

Estudo quantitativo, descritivo e exploratório realizado com as informações obtidas nas fichas de notificação inseridas na base de dados estadual do SINAN, no período de janeiro a dezembro de 2022. Foi utilizado o teste de Shapiro-Wilk para verificar normalidade da taxa de incidência de leptospirose. O teste de hipótese Wilcoxon comparou a taxa de incidência nos municípios que apresentaram desastres e que não apresentaram. Todas foram realizadas no software R (versão 4.0) e as análises consideraram o nível de significância de 5%.

Resultados e Conclusão

Dos 1275 casos notificados de leptospirose no ERJ, 354 foram confirmados, 709 foram descartados e 212 estavam sem preenchimento da classificação final do caso. Desses 354 casos confirmados, 78,0% (n=276) evoluíram para cura, 9,0% (n=32) evoluíram a óbito por leptospirose, 1,7% (n=6) evoluíram a óbito por outras causas e 11,3% (n=40) estavam sem informação. Demonstrando uma fragilidade na completitude das informações, o que dificulta a análise fidedigna das informações. A análise de associação da presença de desastre se mostrou significativamente (p<0,0135) relacionada a maior taxa de incidência de leptospirose. Entre os municípios que não tiveram desastres a taxa de incidência média foi de 1,76 a cada 100 mil habitantes e os que apresentaram desastres tiveram uma taxa de incidência média de 4,40 a cada 100mil habitantes. Os resultados demonstram a necessidade da implementação de medidas de prevenção e controle em tempo oportuno nos locais que ocorrem desastres, como a realização da educação em saúde durante e/ou após o evento. Bem como, a inclusão das informações da classificação final e evolução dos casos notificados pelas vigilâncias municipais para que o SINAN reflita a realidade do ERJ.

Palavras-chave

leptospirose, desastres, vigilância, SINAN

Agradecimentos

SES/RJ e OPAS

Área

Eixo 01 | Ambiente e saúde

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

SHENON BIA BEDIN, Silvia Carvalho , Cristina Freire, Luciane Velasque, Cristina Giordano