Dados do Trabalho


Título

Diagnóstico diferencial de vírus exantemáticos durante a epidemia de Mpox no estado de Minas Gerais, Brasil

Introdução

O vírus Monkeypox(MPXV) se espalhou para fora da região endêmica da África atingindo diversos países do mundo. O Brasil confirmou o primeiro caso em junho de 2022, em São Paulo, e em maio de 2023, é o segundo país com o maior número de casos confirmados. Com o expansão do MPXV para áreas não endêmicas e a cocirculação com outros vírus exantemáticos, o diagnóstico diferencial tornou-se um importante desafio. Esses vírus podem causar sinais e sintomas semelhantes em humanos, dificultando o diagnóstico e manejo da doença, tanto no nível clínico quanto em saúde pública.

Objetivo (s)

Realizar o diagnóstico diferencial de vírus exantemáticos durante a epidemia de MPXV no estado de Minas Gerais.

Material e Métodos

Foram analisadas 1175 amostras de lesão de pacientes com suspeita de infecção por MPXV, coletadas em diferentes municípios de Minas Gerais, entre junho e setembro de 2022. Após a extração do material genético, as amostras foram submetidas a um protocolo de qPCR in house para pesquisa de MPXV. As amostras com resultado negativo na triagem inicial foram submetidas ao diagnóstico molecular diferencial utilizando o kit 5PLEX OPV/MPXV/VZV/MOCV/RP (Bio-Manguinhos), que detecta os vírus varicela-zoster (VZV), molusco contagioso (MOCV) e vírus do gênero Orthopoxvirus (OPV). Os amplicons obtidos no qPCR de 10 amostras selecionadas foram submetidos ao sequenciamento por semicondução para confirmação do diagnóstico molecular.

Resultados e Conclusão

Das 1175 amostras, 397 apresentaram resultado detectável para MPXV. As demais 778 amostras que apresentaram resultado negativo na triagem inicial foram submetidas ao diagnóstico diferencial utilizando o kit 5PLEX. Neste ensaio, 174 amostras apresentaram resultado positivo para VZV. Outras 13 amostras indicaram a presença de MOCV, enquanto 3 amostras apresentaram resultado detectável apenas para o alvo OPV. Além disso, uma amostra apresentou curva de amplificação para MPXV e VZV, indicando possível coinfecção. O resultado do sequenciamento confirmou o diagnóstico molecular. Nosso estudo revelou significativa circulação de VZV concomitantemente com MPXV em Minas Gerais, enfatizando a necessidade do diagnóstico diferencial como uma ferramenta importante na determinação de políticas de saúde. Nossos resultados sugerem que as autoridades de saúde pública devem priorizar a vigilância epidemiológica para desenvolver intervenções e estratégias de prevenção destinadas a reduzir o risco de propagação viral e futuras epidemias no país.

Palavras-chave

Monkeypox, epidemia, diagnostico diferencial

Área

Eixo 10 | Outras infecções causadas por vírus

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Talita Émile Ribeiro Adelino, Sara Cândida Ferreira dos Santos, Alana Vitor Barbosa da Costa, Natália Rocha Guimarães, Luiz Marcelo Ribeiro Tomé, Mauricio Teixeira Lima, Marcos Vinícius Ferreira Silva, Ludmila Oliveira Lamounier, Felipe Campos de Melo Iani, Clara Guerra Duarte