Dados do Trabalho


Título

MALÁRIA EXTRA-AMAZÔNICA: UM RECORTE EPIDEMIOLÓGICO DE 10 ANOS NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Introdução

A malária é uma doença causada pelo protozoário do gênero Plasmodium e transmitida pela picada da fêmea do mosquito Anopheles. É um problema de saúde mundial, com ocorrência de milhões de casos anualmente. Na região extra-amazônica, a maioria dos casos de malária é importado de outros Estados ou países e, o retardo no diagnóstico e no tratamento levam à maior letalidade nessa região. Dentre os Estados da região extra-amazônica que mais registram casos autóctones de malária está o Espírito Santo.

Objetivo (s)

Construir o perfil epidemiológico dos casos de malária em residentes no estado do ES.

Material e Métodos

A pesquisa tem caráter descritivo e utilizou-se dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e o sistema online utilizado atualmente no Estado, o e-SUS VS. Foram selecionados todos os casos de malária notificados em residentes no ES nos anos de 2013 a 2022

Resultados e Conclusão

Os dados retrospectivos apresentam um total de 6729 casos notificados, sendo o município que mais apresentou notificações, Vila Pavão (29,2%), devido a ocorrência de um surto no ano de 2018. A maioria das notificações foi no sexo masculino (60,11%), de 30-39 anos de idade (20,8%), seguido de 40-49 anos (16,5%) e 20-29 anos (16,4%). Quanto à auto declaração étnico-racial, 44,2% dos casos se auto declararam pardos, seguido de 36,9% brancos. Nos 10 anos de estudo foram confirmados 475 casos, sendo 274 autóctones. O principal agente etiológico foi P. vivax (60%), seguido de P. falciparum (34,3%) e infecções mistas (2,3%). A maioria dos casos positivos foram também em Vila Pavão (24,4%) e ocorreram principalmente no sexo masculino (73,2%). Quanto à faixa etária, os casos confirmados foram mais observados de 40-49 anos (21,3%), seguida de 30-39 anos de idade (20,6%) e de 50-59 anos (17%). As infecções confirmadas foram mais observadas entre os que se auto declararam brancos (49%), seguidos dos pardos (36,4%). Embora o ES não seja reconhecido como área de transmissão de malária, observa-se o risco de ressurgimento da doença devido à presença de espécies vetores em regiões bem definidas e ao movimento populacional de pessoas de áreas de transmissão ativa. Apesar do número reduzido de casos, devem-se realizar ações de vigilância permanentes dos casos febris notificados, principalmente de pacientes que se deslocaram para áreas endêmicas, visando o acesso ao diagnóstico e ao tratamento em tempo oportuno, evitando formas graves e óbitos, assim como a transmissão autóctone.

Palavras-chave

Malária; Vigilância; Epidemiologia; Surto; autóctone.

Área

Eixo 06 | Protozooses

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Patricia Dornelas Bassani, Karina Bertazo Del Carro , Adriana Endlich da Silva