Dados do Trabalho
Título
Malária no Estado do Amapá: impactos da pandemia de COVID-19
Introdução
Transmitida pela picada infectante de mosquitos anofelinos, a malária é um causada por protozoários do gênero Plasmodium. É uma doença de caráter febril, associada a outros sintomas como cefaleia, fraqueza, mialgia, calafrios, tontura, dor abdominal, náusea vômito, anorexia e prurido, podendo levar à morte. No Brasil, a maior parte dos casos está concentrada na região Amazônia e em 2021, o Estado do Amapá, correspondeu por 2,88% dos casos.
Em 2020, a Organização Mundial de Saúde declarou a Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional, ocasionado pelo SARS-COV2, agente etiológico da COVID-19, que tem como principais sintomas a febre, cansaço e tosse seca e que levo a óbito mais de 700.000 brasileiros, com uma letalidade de 1,9%.
Durante o enfrentamento da COVID-19, diversas medidas sanitárias foram adotadas que impediram a circulação de pessoas e consequentemente, dos agentes etiológicos.
Objetivo (s)
O presente estudo, avaliou os impactos da COVID-19 na epidemiologia dos casos de malária no Estado do Amapá, Brasil.
Material e Métodos
O Amapá está situado no extremo norte do Brasil e possui uma população estimada em 2022 de 877.613 habitantes. Tem o clima equatorial super-úmido, com duas estações bem definidas, o inverno e o verão.
Para este trabalho, a obtenção dos casos autóctones de malária foi através do sistema SIVEP-Malária, onde foram obtidos os casos mensalmente durante o período de 2017 a 2022.
Foi realizado uma comparação entre os anos pré-pandemia (2017 a 2019) e durante pandemia (2020 a 2022). Para isto, foi utilizado o método estatístico de Kruskall-Wallis (p>0,5)
Resultados e Conclusão
Houve diferença significativa da mediana do número de casos autóctones de malária entre os anos de 2017 (957), 2018 (881), 2019 (768), 2020 (259), 2021 (200) e 2022 (181) (Teste de Kruskall-Wallis, H = 46,92; gl = 5; p < 0,0001).
Quando comparado os casos autóctones entre os anos pré-pandemia (2017, 2018, 2019) não houve diferença estatística significante. Da mesma forma, não houve diferença entre os casos autóctones de malária entre os anos de pandemia (2020, 2021 e 2022). Contudo, quando comparado os anos pré-pandêmicos com os de pandemia, houve diferença estatística significante entre todos (p<0,05).
A pandemia de COVID19 que ocorreu de 2020 a 2022 reduziu drasticamente o número de casos de malária no Estado do Amapá, Brasil. Isto posto, as medidas sanitárias que reduziram a circulação de pessoas, tiveram efeito positivo na redução dos casos autóctones de malária no Amapá.
Palavras-chave
Paludismo
Amazônia
SARS-COV2
Área
Eixo 06 | Protozooses
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Fred Julio Costa Monteiro, Marlúcia dos Santos Façanha, Fabio Rodrigo Paixão Mourão