Dados do Trabalho


Título

A importância da vigilância laboratorial contínua no diagnóstico da tuberculose

Introdução

O Estado de São Paulo (SP) possui a maior rede de laboratórios públicos do país que realizam o diagnóstico da Tuberculose (TB), doença que, frente ao cenário da pandemia de COVID-19, demonstrou uma queda acentuada da incidência, aumento do abandono do tratamento e queda na realização de testes diagnósticos. A rede possui cerca de 200 laboratórios que realizam baciloscopia, dos quais 80 realizam cultura e 41 realizam o Teste Rápido Molecular (TRM-TB). Manter o controle de qualidade é essencial para que o monitoramento dos tratamentos seja feito de forma adequada.

Objetivo (s)

Avaliar o desempenho da rede de laboratórios de TB na execução dos exames de diagnóstico e controle para identificar problemas e propor ações para gerir a rede com maior eficiência e garantir a melhoria da qualidade dos exames, buscando fortalecer a rede de laboratórios de SP.

Material e Métodos

As lâminas de baciloscopias realizadas pelos laboratórios da rede pública e conveniada para diagnóstico e controle da TB de SP foram relidas, pelo método simples cego, e comparadas com os resultados obtidos pelo laboratório supervisionado. As baciloscopias realizadas de agosto/21 a julho/22 foram avaliadas pelos aspectos macro e microscópicos. O monitoramento mensal dos resultados do TRM-TB, a saber, testes realizados, positividade, resistência à rifampicina (RIF), foi realizado, o que permitiu observar possíveis problemas na execução dos testes, alterações na positividade e na incidência de TB e multirresistência.

Resultados e Conclusão

Foram avaliados 72 laboratórios pela releitura de 4.574 lâminas. 86,9% dos esfregaços foram satisfatórios e 85,4% com coloração satisfatória. Foram observados 20 (0,4%) resultados falsos positivos e 41 (0,9%) falsos negativos. Dos laboratórios avaliados, apenas 58,3% foram aprovados. Em 2021, foram realizados 168.686 (média 14.057) TRM-TB em SP e 212.056 (média 17.671) em 2022, um aumento de 25,7% em TRM-TB realizados em relação a 2021. No entanto, houve diminuição de 0,5% na detecção de MTB em 2022. A resistência a RIF foi detectada em 2,6% (341) dos testes MTB detectado em 2021 e 3,1% (466) em 2022, um aumento de 0,5% no percentual de RIF resistente em SP. 14/41 (34,1%) laboratórios apresentaram índice de erros acima de 20%. A presente avaliação mostrou a necessidade urgente de treinamento e reciclagem das equipes que realizam o diagnóstico da TB por baciloscopia e TRM-TB, além da importância da manutenção de um programa de vigilância laboratorial contínuo no Estado de São Paulo.

Palavras-chave

vigilância, tuberculose, qualidade

Área

Eixo 13 | Tuberculose e Outras Micobactérias

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Rosemeire Capoani Almendros, Sonia Maria Costa, Aparecida Andrade Pereira, Flavia de Freitas Mendes, Fabiane Maria Ferreira, Elaine Santos Lima, Juliana Failde Gallo, Lucilaine Ferrazoli, Erica Chimara