Dados do Trabalho


Título

ELISA utilizando antígeno SsCBF como possível ferramenta no diagnóstico de esporotricose humana

Introdução

O diagnóstico padrão-ouro da esporotricose é a cultura, a qual possui elevada especificidade, porém não está acessível em todos os serviços de saúde, é demorada e muitas vezes pode contaminar. A busca por métodos mais acessíveis e com bom desempenho faz com que a sorologia possa ser usada na confirmação do diagnóstico da doença. O método ELISA, com uso da fração antigênica SsCBF (Sporothix schenckii Con A-Binding Fraction), apresenta resultados promissores, com sensibilidade de 90% e especificidade de 80%.

Objetivo (s)

Avaliar o método de ELISA utilizando o antígeno SsCBF como ferramenta no diagnóstico da esporotricose humana, numa corte de pacientes que apresentavam critérios clínicos e epidemiológicos de diagnóstico de esporotricose.

Material e Métodos

Estudo retrospectivo observacional descritivo, com revisão de casos de esporotricose atendidos no IIER. Foram incluídos pacientes com suspeita de esporotricose humana e que foram submetidos ao exame de sorologia para esporotricose, pelo teste Sporothrix IgG ELISA humano, entre janeiro a julho de 2022. Este trabalho foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa do Instituto de Infectologia Emílio Ribas (IIER) sob o protocolo: CAAE 09815619.0.3002.0068

Resultados e Conclusão

Trinta e quatro pacientes com suspeita de esporotricose foram incluídos neste estudo. 28 eram (60,3%) do sexo feminino e 14 (39,7%) do sexo masculino. A média de idade foi de 40,8 anos, variando de 8 a 64 anos. Sorologia para esporotricose foi positiva em 28 pacientes (84%), negativa em 4 pacientes, sendo que 2 deles foram diagnosticados posteriormente com leishmaniose. Resultado de sorologia inconclusivo ocorreu em 1 paciente, que foi tratada com itraconazol devido quadro sugestivo de esporotricose cutânea fixa (CF), com cura clínica. Dos pacientes com sorologia positiva, 24 (85,7%) relataram contato com gato, sendo que a maioria se encontrava doente (n=21) e em 70% (n=17) houve relato de trauma: arranhadura (n=10) ou mordedura (n=7). As formas clínicas mais comuns foram linfocutânea em 16 pacientes (57,1%), cutânea fixa em 5 pacientes (17,8%), cutânea disseminada em 2 pacientes (7,1%), extracutânea em 2 pacientes (7,1%) e eritema nodoso em 2 pacientes (7,1%). Um dos pacientes foi um falso positivo, com diagnóstico de linfoma. A sorologia pode ser um importante aliado no diagnóstico da esporotricose humana, porém há necessidade de mais estudos para melhor caracterizar a sensibilidade e especificidade.

Palavras-chave

Esporotricose, Sporothrix brasiliensis, ELISA, Diagnóstico.

Agradecimentos

À BIDiagnostics

Área

Eixo 12 | Infecções causadas por fungos

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Amanda Azevedo Bittencourt, Lívia Vieira de Almeida, Alessandra Moraes de Barros, Jose Angelo Lauletta Lindoso