Dados do Trabalho

Título

ATUALIZAÇÃO DO PERFIL ECOEPIDEMIOLÓGICO E FATORES ASSOCIADOS À PESTE NA ÁREA DE TRANSMISSÃO DA CHAPADA DO ARARIPE, PE

Introdução

A peste, é uma zoonose primordialmente de roedores transmitida geralmente por pulgas infetadas pela Yersinia pestis. No Estado de Pernambuco penetrou pelo porto do Recife em 1902, atingiu inicialmente os roedores sinantrópicos e suas pulgas; adentrou pelo interior por meio terrestre, e encontrando a fauna silvestre local estabeleceu vários focos naturais em regiões favoráveis à sua perpetuação: Chapada do Araripe, Planalto da Borborema e Serra do Triunfo. Historicamente períodos de maior atividade da infecção e o maior número de casos humanos de peste foram registrados no foco da Chapada do Araripe

Objetivo (s)

Analisar o perfil ecoepidemiológico e os fatores associados à peste na área de transmissão da Chapada do Araripe

Material e Métodos

Foram utilizados dados georreferenciados dos casos de peste humana notificados no período 1961-1980 na área do estudo, disponíveis no acervo do Serviço de Referência Nacional em Peste (SRP) do Instituto Aggeu Magalhães (IAM) FIOCRUZ PE. Para a construção dos mapas de distribuição espacial, coropléticos e estimativa de Kernel foi utilizado o software livre Qgis 3.26, afim de identificar a localização dos aglomerados para ocorrências dos casos humanos

Resultados e Conclusão

No período 1961-1980 foram notificados 295 casos em oito municípios na área de estudos: Exu (182), Bodocó (50), Araripina (39), Ipubi (12), Serrita (6), Granito (2), Moreilândia (2) e Ouricuri (2). Os casos se concentraram majoritariamente nos meses de julho a novembro (período de menor índice pluviométrico) no município de Exu. Curiosamente, foi encontrada uma correlação entre a média pluviométrica do ano anterior, quando comparado ao índice de positividade dos roedores no ano seguinte. Os resultados evidenciam que a pluviometria contribui positivamente para o sucesso da peste na Chapada do Araripe, provavelmente por favorecer direta ou indiretamente o incremento da população de roedores e suas pulgas. O município de Exu notificou mais da metade dos casos no período epidêmico, sugerindo que possui um ecossistema especial que favorece a focalização da peste e sua disseminação pela Chapada atingindo diversos municípios no seu entorno e provavelmente outros fatores (geografia, clima, fauna de roedores hospedeiros e pulgas vetores) prevalentes nesse município favorecem a eficiência da bactéria, Yersinia pestis, nessa área de transmissão.

Palavras-chave

Peste; Yersinia pestis; Pernambuco; Exu; Zoonose

Agradecimentos

Projeto PROEP/IAM; Bolsa Mestrado (CAPES); Bolsa PIBIC/FIOCRUZ; Serviço de Referência Nacional em Peste (SRP)