Dados do Trabalho


Título

Controle integrado de Aedes aegypti em Unidade de Saúde do Recife-PE: efetividade e impacto epidemiológico sobre os arbovírus circulantes

Introdução

Aedes aegypti e outras espécies domiciliadas de mosquitos são encontradas em diversos contextos urbanos, inclusive em unidades de saúde (US), áreas consideradas mais vulneráveis, do ponto de vista epidemiológico, para a transmissão de arboviroses. Considerando que a principal forma de mitigar a incidência de dengue, Zika e chikungunya continua fortemente apoiada nas ações para o controle vetorial do mosquito, abordagens seletivas e integrativas passaram a ser avaliadas nos últimos 10 anos.

Objetivo (s)

Este trabalho relata o impacto do controle integrado de mosquitos sobre a densidade populacional de A. aegypti e sua taxa de infecção natural pelos vírus Dengue (DENV), Zika (ZIKV) e Chikungunya (CHIKV), em amostras coletadas no Hospital das Clínicas (HC/UFPE), em Recife.

Material e Métodos

De setembro/2018 a março/2020 as seguintes estratégias foram adotadas simultaneamente: remoção massiva de ovos de Aedes spp. por ovitrampas-controle (OVT-C); ampliação do tratamento de criadouros larvais com produtos biológicos (Bti) e químico Pyriproxyfen(PYR); eliminação de mosquitos adultos pelo uso de Iscas Tóxicas de Açúcar (ITA-Ivermectina) e aspiração mecânica nas áreas de maior circulação humana no HC. De junho/2021 a maio/2022 foram liberados machos estéreis, para o controle reprodutivo da espécie e continuados os tratamentos dos criadouros larvais. Ovos e mosquitos adultos foram os indicadores entomológicos enquanto a taxa de infecção mínima (MIR) foi usada para calcular a infecção viral, depois da RT-qPCR para a detecção de DENV, ZIKV e CHIKV, em pools de até 10 fêmeas capturadas nos diferentes períodos, após a implantação das ações de controle.

Resultados e Conclusão

A densidade populacional dos mosquitos adultos reduziu em 60% seis meses após a implantação do Programa de Controle e até 99%, após 18 meses. Os dados de infecção vetorial também confirmaram uma redução significativa da MIR de 69,0 para 10,3 nos primeiros meses, com predomínio para ZIKV e, posteriormente, a negatividade de mais de 40 pools analisados para os três arbovírus. Tais resultados revelaram o sucesso das ações de controle na redução do contato mosquito-homem e sugerem seu impacto sobre a transmissão vetorial de arbovírus no HC. Ao mesmo tempo apontam para a necessidade de vigilância virológica-entomológica nos territórios das unidades de saúde.

Palavras-chave

Controle de mosquitos, vigilância entomológica, arbovírus, unidade hospitalar.

Agradecimentos

PROEP/IAM-Facepe (APQ-1707-2.13/15); INOVA-IAM/Facepe (APQ-0318 -2.13/19); PROEP/IAM/Fiotec/2022

Área

Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores

Autores

Maria Alice Varjal Melo-Santos, Edvane Borges Silva, Vânia Nascimento Nunes, Frederico Jorge Ribeiro, Marcelo Henrique Santos Paiva